03 janeiro 2013

Romance de Rosas.

Me lembro como se fosse ontem, aquele ano, onde "tudo" começou.
Onde tal vez, meu coração começou a bater e a sofrer...
Não obstante, a amar pela primeira vez.
Éramos jovens, ávidos, cheios de energia para dar.
O dia era sereno, quente, aberto. Jogos nos rodeavam.
Um olhar repentino e ingênuo foi percebido. Linda!
Não sabia o que era, apenas sabia que era!
O que lucido hoje, parece que já transbordava naquela época.
Adentrei-me no labirinto de sua vida,
Onde só o loiro dos seus cabelos me guiavam.
O que me finda hoje é parte do que comecei neste conto real: o escondido.
Queria me adentrar mais ainda em seu labirinto.
Me adentrei.
E quando me perdi, me achei e me perdi novamente,
Mas soube que ali, achei o que sou hoje.
Eu.




O Corvo da mão e do vento.

O Corvo ficou te esperando
Ele queria um abraço seu.
Por mais isolado que ele possa parecer,
O coração dele sonha todo dia por alguém que lhe dê migalhas de pão,
Mas que também lhe dê um afago com a mão.

O Corvo sabe voar.
Na solitude da vida, ele só voou para dentro de si.
E a cada piscada de olho ele se via voando,
Mas não sentia o vento.

O Corvo inventou o canto e sorriu.
Ele queria mostrar que podia merecer as migalhas de mão.

O Corvo chorou de cantar, cantou.
Cantou mais alto do que sua moela aguentava.
Ouviram-lhe.

O Corvo olhou e foi olhado.
E com A mão, o Corvo ventou.

Presente do futuro.

Chega o dia que perdemos o tato,
Perdemos a capacidade de sentir.
Não queremos que isso aconteça,
Sofremos, lutamos, perecemos.
Poucos percebem que o tato é reconstituível.
Existe o depois, existe o amanhã.
Depende de você que ele seja melhor que o ontem.

Façamos por onde, batalhemos o que queremos.
Amaremos mais, sorriremos mais e maior.
A dor nem sempre é opcional, mas ela é amparável.

Esteja ao lado de quem sabe das suas dores,
Mas que também saiba fazer elas diminuírem.

Tateie seu coração com amor.


Sorrir dói.

Do gelo veio a aurora, veio o sol.
Nos montes claros observou-se
O raio mais fino que o traço de penugem da mais bela arara azul.

O mundo se fez mundo.
No mundo nascemos.
E em pouco tempo o desfizemos.
Sorrir por sorrir é mais difícil que chorar por chorar.
Choramos para trazer sorrisos de forma fácil.
A falsidade existe por que sorrir por sorrir, cansa;
E nem sempre é autêntico.

Somos frutos da árvore das araras.
Tiramos o fruto das árvores
E tiramos a liberdade delas.
E no fim, tentamos cuidar para reparar o erro;
E sorrir.

Orvalho Nublado.

Doce Orvalho que pulveriza minha tarde com seu canto.
Traz à mim o encanto que me alegras nas manhãs de domingo.
Sou paciente, até demais.
Sou o que não valho a pena ser amado.
Mereço só o que há de doce em você.
Quero só o que não irá me afastar,
Mas ao mesmo tempo o que irá me esconder.
Colocas essa nuvem em mim
E me faça existir apenas pela chuva que cai,
Pela sombra que protege.
Oh Doce Orvalho, me ensine a existir sem machucar.